domingo, 21 de fevereiro de 2010

Tempo...

como tudo nesse insano mundo moderno, onde nossos passos são regrados pelo andar cadenciado dos ponteiros dos relógios, temos o costume - e falo citando-me como exemplo - de responder aos convites com perguntas similares a essas:

"até que horas ?"
"demora muito ?"
"que hora tu acha que acaba ?"

inicio essa reflexão por um motivo bem mais profundo do que simplesmente levar
o leitor à uma reflexão da sua própria utilização do mensurável tempo, pois
a ideia que me interessa é fazer eclodir justamente o tempo que "não temos" ou melhor; não aproveitamos.

UM ANO, 52,178 semanas, 365,242 dias, 8765,82 horas, 525949.20 minutos, 31556952 segundos...

essa "imensidão de tempo" nos é restrita aos compromissos que assumimos e nos importamos somente com eles, em detrimento ao mesmo tempo que perdemos com futilidades como estar com a familia, com os amigos, dando atenção aos mais simplórios sinais de afinidade e carinho que recebemos diariamente naqueles poucos segundos onde nossos entes nos dizem que nos amam, e são sumariamente preteridos e alijados do nosso prioritário tempo.

mas... e o relogio? novamente cobra-nos estar atento aos próximos compromissos e o nosso cérebro prontamente compactua com essa sinergia frenética entre ambos...

ainda que existe a lei da compensação; perdemos o gesto de carinho que recebemos, mas ganhamos alguns segundos, quem sabe alguns minutos, só pelo fato de não prolongar uma conversa desnecessária que nos rouba o tão desditoso tempo, pois
ele mesmo é precioso e temos outros planos para ele... outras formas melhores de "aproveitá-lo".

ironicamente esse tempo que "ganhamos" ao não prolongar um diálogo inócuo aos nossos olhos naquele momento, irá nos penitenciar severamente quando o tempo da outra pessoa se extinguir, fazendo-nos querer reverter cada minuto em prol de um segundo a mais com ela.

mas... não temos mais o tempo; não temos mais o tempo da outra pessoa.

e ai? vai fazer o que com o tempo que a vida inteira tu te enganou pensando que ganharia, e na verdade indubitável da nossa existência ele foi perdido para sempre, e ela, a própria vida, agora vilipendia nosso grotesco engodo e nos brinda com mais uma lição.

obrigado por "perder" seu tempo lendo esse post.

UM ANO DE SAUDADE PAI, quanto tempo !!!!

quem é da lida me entende...

truco adelante!!